A Educação de Pequena Árvore (The Education of Little Tree)

 

 

Direção: Richard Friedenberg
Ano: 1997

O filme A Educação de Pequena Árvore traz uma situação fronteiriça entre duas culturas a indígena e a do branco, a personagem Pequena Árvore, menino mestiço, descendente das duas etnias com culturas e idiomas diferentes. O menino vai morar com seus avós depois da morte de seus pais, então começa sua educação dentro dos conceitos da cultura indígena perpetuados oralmente de geração em geração. Seu avô branco casado com sua avó que é índia demonstra uma voluntária aceitação dos valores indígenas, porém sem uma mudança radical, pois ainda guarda muito dos hábitos da sua cultura.  Algum tempo depois os avós perdem a sua guarda de Pequena Árvore e ele é obrigado a ir para uma escola de meninos mestiços. Uma escola com a função de “educar” a todo custo os índios para sua integração na cultura dominante, eles são marginalizados, pois apesar de passarem pela escolarização do branco, nunca serão considerados socialmente em igualdade de condições.

A forma de ser, de agir e de falar do menino não é aceita e logo passa a receber castigos para obrigar a sua transformação num menino inserido na cultura do branco. Pequena Árvore se sente a vontade dentro da cultura de seus antepassados indígenas que aprende a respeitar, e por esta razão foge da escola repressora para a liberdade de ser dentro da cultura que foi criado.

O idioma é utilizado para a composição de uma identidade nacional e os governos utilizam a escola como instrumento de universalização do pensamento dominante em detrimento de outros constitutivos do povo. Não existe um povo que seja homogêneo, ele é composto por múltiplos grupos com suas culturas, raízes e dialetos, e a imposição de um determinado idioma acaba por realçar as fronteiras culturais com aqueles que conseguem manter alguma resistência à colonização.

Esta situação pode favorecer o surgimento de vários problemas, como o de aprendizagem ou de identidade, entre outros.  O que fazer para eliminar ou minimizar esta situação? É possível a escola compreender a diversidade e proporcionar uma educação diferenciada?

10 pensamentos sobre “A Educação de Pequena Árvore (The Education of Little Tree)

  1. Ainda que a sociedade fosse homogênea, seja por valores culturais, econômicos, ou qualquer outro, não haveria garantia de que todos fossem iguais. A contradição vai se fazer presente!
    Uma questão que chamou minha atenção é quanto ao questionamento: É possível a escola compreender a diversidade e proporcionar uma educação diferenciada?
    Ao que respondo depende do intuito da escola, e de seus profissionais: Se pretende promover uma padronização de mão de obra ou se prefere despertar e valorizar diferentes possibilidades de ser e estar.

    • Este questionamento tem me acompanhado junto com o meu percurso de formação, e temos visto que muitos são os obstáculos que se colocam no caminho de um professor, mas também percebo que não estou só, os diferentes autores que nos proporcionam diferentes olhares podem nos ajudar. Enfim o filme mostra um pouco disso e nos ajuda na reflexão.

  2. Pelo que entendi o filme busca mostrar que não deve padronizar as pessoas, temos os nossos direitos de escolha e ninguém é igual a ninguém, dessa forma não devemos ser tratados como see falar diferente seja um erro porque a maioria fala um jeito considerado “certo”. Acredito que esse filme dá uma ótima discussão em vários aspectos, gostei. Não assisti, mas me interessei. E achei ótimo você disponibilizar o filme na página viu professor pipoca 🙂 . Voltarei aqui em breve para assistir esse e os outros. Obrigada pelas dicas!

    • Realmente este filme nos permite várias reflexões sobre o papel da educação formal frente a educação não formal ou familiar, se é que podemos chamar assim. Quando o assisti, foi numa disciplina que fez a discussão sobre linguagem e a sua relação com a cultura dos grupos minoritários dentro da sociedade, por isso achei relevante trazê-lo como dica que pode ser tanto para uso educativo ou como entretenimento, pois o filme é muito bonito.

  3. Eu vi esse filme em uma disciplina e achei muito bom!!! Muitas questões me surgiram entre elas a principal que o filme coloca: será que a escola é mesmo tão necessária? Além de todo questionamento que a obra trás sobre essa questão do direito da família decidir sobre a educação de seu filho e esse lance da padronização. Das diversas opiniões, acredito que dentro das condições de mundo que temos hoje, ainda precisamos caminhar muito no que diz respeito à igualdade de direitos, de acesso, de condições…Não temos como debater se a escola é boa ou não, se ainda nem temos o acesso garantido à todos para fazer um balanço negativo ou positivo! Na minha opinião, temos que ter coisas que nos definam comum…porque já nascemos bem diversos…No entanto, isso não quer dizer que eu queira pessoas iguais para o mundo…Mas que elas ganhem ferramentas iguais e suficientes para fazer do mundo o que elas querem…!

  4. Este filme é maravilhoso! Assisti numa disciplina e foi muito impactante. Fez me pensar muito a respeito da instituição escola, sua mobília, seu jeito, sua história, seus afazeres, regras, punições… por que deve ser tudo tão pesado? Fica claro que a educação está além da sala de aula. Super recomendo!!!

  5. Somente pela descrição já foi possível perceber que este filme trabalha com muitos aspectos interessantes para nós, educadores.
    O tema da diversidade, das diferenças deve rondar sempre nossa cabeça para que tentemos educar a todos de modo a respeitar a individualidade de cada um. E isso vai ser, no mínimo, difícil!

  6. A questão de Pequena Árvore é impactante, pois ao me deparar com o contexto deste filme isto gera em mim uma reflexão maior e mais cautela na minha atuação como professora quanto a diversidade cultural.
    E o nome “Árvore” traz a ideia de que uma árvore pode ser podada, podemos nos beneficiar de sua sombra ou de seus frutos – se houver; e ela precisa de água e um solo bom que favoreça seu crescimento. Então, podemos comparar os educadores e educandos a esta Árvore. Quais são os frutos que temos dado? Em qual tipo de solo estamos “plantados”? De que fonte recebemos água? Vamos respeitar a origem cultural desta “Árvore” ou vamos cortá-la?

  7. Nunca assisti, mas assim como minhas colegas me interessei. Questões para além do “formal”, do currículo, do padrão precisam ser pensadas com urgência, afinal, vivemos em uma época em que todos somos TÃO diferentes! Se, como professores, lutamos por uma educação crítica, autônoma, para a “vida” pensar em diferença é pensar em TUDO!

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