Som e fúria

Filme: Som e Fúria

Direção: Josh Aronson.

Ano: 2000

LIBRAS ou Implante Coclear? O que é melhor?

LIBRAS é a Língua Brasileira de Sinais. Trata-se de uma língua de modalidade espaciovisual, muito utilizada pelos Surdos. Essa língua contribui para a formação da identidade  e da cultura Surda. Por meio da LIBRAS o Surdo se constitui como sujeito.

 

Implante Coclear é um dispositivo de alta tecnologia que é colocado no paciente por meio de ato cirúrgico. O implante pode ser usado por pessoas que possuem surdez de grau severo à profundo, que não conseguem ouvir com aparelhos auditivos. Após o implante, e com terapias fonoaudiológicas, o paciente pode ouvir e desenvolver uma linguagem fluente, como um ouvinte.

 

O documentário Som e Fúria conta a história de dois irmãos. Um nasceu surdo e outro não. Ambos cresceram e constituíram suas famílias.

O irmão surdo teve três filhos. Todos surdos. E ficou muito feliz quando soube, pois todos os filhos eram como ele. Porém, sua filha mais velha, aos 5 anos, diz que quer o implante coclear, para ouvir tudo, e ouvir as amigas. O pai não aprova a ideia. Defende que a menina, assim como sua família, ficará melhor utilizando a língua de sinais e se envolvendo plenamente numa comunidade surda.

Já o irmão ouvinte teve filhos gêmeos. Um surdo e um ouvinte. O pai ficou arrasado ao saber da surdez do filho. E, juntamente com a esposa, decidiram fazer o implante coclear, para que a criança tivesse mais oportunidades. A criança foi implantada e começou a desenvolver a fala gradativamente. Os pais ficaram muito felizes com o progresso de seu filho. A mãe disse que se tivesse outro filho surdo faria o implante novamente, pois assim a criança teria mais oportunidades de desenvolvimento. Embora o pequeno implantado tivesse  o inglês como língua materna, poderia usar a língua de sinais para se comunicar com os surdos da família, ou qualquer outro surdo.

 

O documentário mostra muita divergência de opinião entre as duas famílias. Vale a pena conferir.

Quando você terminar  de assistir o filme, responda: O que é melhor: LIBRAS ou Implante Coclear?

 

O estudante (The first grader)

Filme: O estudante (The First Grader)

Direção: Justin Chadwick

Ano: 2010

O radialista transmite a notícia: “- O governo anuncia ensino gratuito para todos”. As pessoas têm que  levar a certidão de nascimento para matricular os alunos na escola primária.

Maruge, o habitante local de 84 anos, tem o sonho de aprender a ler e escrever, ao ouvir na rádio corre com seu documento para a escola. Há muitos pais correndo eufóricos com os documentos dos filhos em mãos. Ele encontra o portão da escola fechado e o marido da administradora da escola,Jane, chama-a para falar com este senhor. Jane explica: “- Isto é uma escola infantil”. Mas, Maruge que é analfabeto argumenta:  ” – Eu escutei na rádio com meus próprios ouvidos”. Jane devolve: ” Isto é uma escola infantil. Eles estão falando de crianças e não de adultos”.

E assim se desenrola esta história verídica de kmani Ng’ang’a Maruge (1920-2009)  que lutou insistentemente pelo direito de frequentar a escola pela primeira vez, mesmo com tantas negativas e adversidades. Aprender a ler era seu maior sonho para realizar um objetivo em sua vida.  Com sua persistência, consegue estudar em  uma sala com crianças de seis anos. Mas, Maruge não é só um aluno, com sua sabedoria mostra-se um bom professor!

A história de Maruge nos faz refletir sobre o direito à educação e mesmo em um país como nosso onde esse direito é garantido,  as pessoas entendem  a vontade de uma pessoa idosa de estudar? Existe idade para começar?  Maruge nos traz essas respostas.

Ser e Ter (2002)

Ser e ter (Être et avoir)
Direção: Nicholas Philibert
Ano: 2002

Uma van desliza sob a neve em uma cidade pacata e rural no interior da França. A cada parada, uma criança entra, cumprimenta o motorista, se despede de sua mãe e observa pela janela o caminho que a levará a mais um dia de aula em uma escola pouco tradicional. Assim começa o filme documentário Ser e ter, que foi um dos selecionados oficiais do festival de Cannes de 2004 e recebeu cerca de 1,8 milhões de pessoas na estréia na França em 2002.
O filme mostra um professor e uma sala de aula com 12 crianças que tem de 4 a 10 anos. Ou seja, uma sala de aula em que cada um se encontra em um nível diferente de aprendizagem, portanto, o professor tem que lidar com essas especificidades e os alunos tem que aprender a trabalhar em grupo e respeitar o outro que está aprendendo aquilo que ele já aprendeu, ou que precisa de sua ajuda.
O elemento central da história é o professor Georges Lopez, que acompanha as crianças desde o jardim da infância até o último ano do primário, um exemplo de dedicação total à sua atividade de mentor e professor. Através de sua participação, o filme mostra a influência positiva do educador na formação do caráter de seres humanos desde a mais tenra idade.
O método de aprendizado da escola mostra características de um modelo tradicional e ao mesmo tempo, uso da teoria do construtivismo e tentativas de um ensino próximo à metodologia do Ensino Baseado em Problemas (do inglês PBL – Problem-based Learning), em que os estudantes são o centro do aprendizado e juntos, de forma colaborativa, entendem o conhecimento, fazem muitas perguntas e refletem sobre suas experiências.
O aprendizado nessa escola também envolve diversas atividades extras, que não ocorrem com frequência no ensino tradicional, como ir ao campo fazer um piquenique na companhia dos pais, brincar em uma máquina de xerox, fazer panquecas e até mesmo andar de trenó na neve.
O diretor do filme, Nicholas Philibert, pesquisou mais de 300 estabelecimentos em toda a França para escolher essa escola na pequena comunidade de Aubergne e, a meu ver, escolheu muito bem, pois o professor é um excelente profissional e propicia situações interessantes para discussão. Este filme abarcou um ano do período letivo dessa escola.
É um documentário que vale a pena assistir!